ARTETERAPIA E SAÚDE MENTAL: relato de experiência de uma oficina de desenho
- Berliete Bolzani

- 16 de abr. de 2022
- 2 min de leitura
A Reforma Psiquiátrica é um marco na organização da política de saúde mental no Brasil. Caracteriza-se pela transformação do modelo de cuidado para novas propostas terapêuticas em saúde mental, e os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) são os serviços de referência e tratamento, com oficinas terapêuticas que promovem a expressividade, maior integração social e familiar. A arteterapia pode ser utilizada como instrumento potencializador desse processo, ampliando a percepção, resgatando a autoestima e despertando a criatividade dos indivíduos. Nessa perspectiva, o objetivo deste estudo é analisar as atividades desenvolvidas na oficina de desenho, que contribuíram no processo de reabilitação de um usuário diagnosticado com esquizofrenia. A experiência relatada é parte de um projeto de pesquisa maior sobre cuidado em saúde mental por meio de oficinas de arteterapia realizadas em um CAPS localizado em uma cidade do interior do Estado de São Paulo, que atende adultos. As oficinas aconteceram semanalmente e as atividades foram transcritas e registradas em um diário de campo. Elas promoveram espaços de comunicação não verbal de sentimentos e conflitos, facilitando a conexão do participante com sua potencialidade, mostrando uma evolução em seu comportamento, por possibilitar que ele tomasse consciência de aspectos inconscientes que até então não encontravam vazão e assumiam um caráter sintomático. A partir desta experiência, pode-se considerar que a arteterapia, inserida no Sistema Único de Saúde, integrando o quadro de Práticas Integrativas/Complementares (PICs), é uma ferramenta terapêutica a contribuir para a assistência e reabilitação psicossocial das pessoas com transtornos mentais. A experiência da liberdade durante a criação artística pode contribuir para despertar e/ ou fortalecer sentimentos de autonomia e protagonismo, potencializando e valorizando a melhora do equilíbrio emocional e a minimização dos efeitos negativos decorrentes da psicopatologia.
Berliete BOLZANI; Caique de Almeida TOSTES; Cléria Maria Lobo BITTAR; Jorge Luiz da SILVA.







Comentários